quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Ódio, ignorância, mentira e imbecilidade

Desumanização - A morte do jornalista Ricardo Boechat, que está muito longe de ser um de meus exemplos de profissional correto, acabou por suscitar comentários maldosos sobre ele. Não concordo com quem comemora a morte de qualquer pessoa. Luto, desde muito jovem, para que o sistema capitalista morra. Penso que o capitalismo é responsável pela exclusão social e causador de muitas mortes e que, especificamente por isso, deve morrer. Mas isto não pode significar que todas as pessoas que colaboram com a forma como a sociedade se organiza devam ser punidas. Também não considero correto que o jornalista seja endeusado somente porque morreu. Os elogios e homenagens que fiquem por conta dos que conviveram com Boechat. O que mais me preocupa é que a morte do jornalista reforce, em todas as pessoas, um sentimento de ódio que é próprio dos seguidores do "coiso".

Legitimidade - A acusação de que os integrantes do PT estariam torcendo contra o atual governo é uma tentativa de legitimar as ideias estapafúrdias que são defendidas por auxiliares e assessores do "coiso". Em países que passaram pela dolorosa experiência da guerra, ideias belicosas são combatidas. Povos que conviveram com o fascismo abominam qualquer tipo de autoritarismo. Do mesmo modo que existe uma pretensão de normalizar a prisão injusta do presidente Lula, os defensores do "coiso" querem que ideias como o racismo, o machismo e a homofobia sejam aceitas como normais e legítimas, como se fosse belo ter qualquer opinião imbecil. Um aviso aos simpatizantes de qualquer absurdo desse tipo: ideias excludentes e retrógradas nunca serão vistas como normais, e os que pensam de forma generosa e solidária nunca aceitarão um governo que defende o absurdo como regra.

Desconhecimento - Uma professora graduada, numa entrevista a um programa de rádio, se referiu a Simon Bolívar, afirmando que ele foi influenciado por Marx e Lênin. Seria até interessante que as ideias do combatente da luta contra a colonização espanhola das Américas tivessem sido influenciadas pelo socialismo, mas isto é impossível. Ele viveu em uma época anterior ao marxismo e ao leninismo. Existe uma possibilidade (grave) de que a declaração tenha sido dada por falta de informação. Uma professora graduada (de qualquer especialidade) não tem o direito de ser ignorante sobre a história.

Criminoso - O mais assustador, no entanto, é que ela tenha dito isso deliberadamente. O programa de rádio onde ela disse essa imbecilidade tem apelo popular, e sua audiência é formada, em grande parte, por pessoas que, em geral, são mal informadas sobre a história da humanidade. Não é improvável que a professora tenha dito isso buscando dialogar com os ouvintes do programa radiofônico, enfiando num mesmo contexto o líder venezuelano, o filósofo alemão e o líder da revolução russa. Se foi isso o que aconteceu, a professora cometeu um crime contra a humanidade. Ela pode ter se utilizado de uma mentira deslavada, com o único objetivo de conquistar adeptos para as ideias estúpidas defendidas por seguidores do "coiso". 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O capitalismo insano, as tragédias e a resistência

Tragédias - Sem prejuízo da necessidade de intensificação da fiscalização oficial, as tragédias recentes podem ser atribuídas ao crescimento de um valor ideológico que, desgraçadamente, é uma marca da propaganda do governo federal atual. Os crimes ambientais de Mariana e de Brumadinho, as enchentes na cidade do Rio de Janeiro e o incêndio no alojamento dos jogadores de futebol do Flamengo têm, como origem comum, a busca pela acumulação de dinheiro, que secundariza vidas humanas e despreza o meio ambiente.

Fiscalização - Os cuidados permanentes com vidas humanas devem ser de responsabilidade dos poderes públicos. A prevenção é capaz de evitar tragédias. A ganância, no entanto, é a mãe da incompetência governamental e da falta de cuidado de investidores e de empresas privadas. Episódios tristes e lamentáveis poderiam ter sido evitados se a fiscalização fosse mais rigorosa, mas os riscos seriam muito menores se não fossem tão disseminados os valores do lucro fácil, que são assimilados, com facilidade, por empresários beneficiados com as privatizações, por empreiteiros de obras urbanas e por empresários de jogadores de futebol.

Repressão - Ameaças são utilizadas, sempre, por governos autoritários. O "coiso" é especialista nesse tipo de bravata. Desde a campanha eleitoral ele repete (pessoalmente ou através de subordinados) que vai fuzilar os adversários políticos e todas as pessoas que ousarem discordar das suas proposições estapafúrdias. O drama, desgraçadamente, não se limita ao atual governo. Os que lutam contra as injustiças sempre foram perseguidos. A vítima mais recente é a igreja católica. Será difícil calar os que assumem o papel profético de ser a voz dos que não têm voz   

Conteúdo - O discurso do "coiso" é muito parecido com o de outros defensores das insanidades do capitalismo. Na campanha eleitoral, ele conseguiu a adesão de um percentual da população que foi suficiente para transformá-lo em presidente da república. O sucesso da candidatura fascista animou alguns imbecis a defender ideias estapafúrdias e a disseminar o ódio. Mas a onda conservadora não se tornará maior do que as ideias socialistas e libertárias, que são defendidas por muitas mulheres e por muitos homens. Resistiremos. 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Democracia e resistência

Duplicidade - Os absurdos da condenação mais recente do presidente Lula são reveladores do comprometimento do judiciário com o golpismo e com o fascismo. A exemplo que havia acontecido no julgamento sobre o triplex do Guarujá, não existem provas de que o sítio que motivou essa condenação pertença ao presidente Lula, e o único indício disso foi colhido em depoimento da delação premiada. Um condenado diz qualquer coisa com o objetivo de amenizar ou diminuir a própria pena. No caso específico, a juíza que proferiu a sentença se refere a depoimentos de duas pessoas, quando, na verdade, partiram de um mesmo depoente. O apelido do dedo-duro ganhou vida, e ele se multiplicou por dois.

Engano - Há um engano na esquerda, sem qualquer má intenção, na separação entre os valores disseminados pelo governo fascista e o programa econômico do mesmo governo. O engano incentiva tentativas de separar frases folclóricas (e até engraçadas) de figuras do ministério do "coiso" de proposições dirigidas ao mercado financeiro. Essas interpretações buscam apresentar as frases folclóricas e engraçadas como uma espécie de cortina de fumaça para propostas de retirada de direitos trabalhistas e de reformas na seguridade social. 

Economia - A pauta moral do governo não serve, exclusivamente, para dialogar com o conservadorismo existente na sociedade. Se o governo fascista conseguir eliminar  a compra de pílulas do dia seguinte e de dispositivos intra uterinos, vai economizar recursos que terão a mesma destinação do dinheiro resultante da reforma da previdência. Os moralistas serão atendidos e os banqueiros ficarão um pouco mais ricos do que eles já são. A mesma economia de recursos financeiros também pode acontecer se forem eliminadas as compras de livros de literatura. 

Lógica - O raciocínio do enxugamento do aparato estatal combina com a pauta conservadora do fascismo, e isso, desgraçadamente. não se limita ao governo federal. O novo governador paulista, ao vetar proposta de atendimento 24 horas para as delegacias especializadas em atender as mulheres, se refere a uma limitação no orçamento, mas, ao mesmo tempo, favorece a lógica de que "mulher tem mesmo é que apanhar" e ficar quieta diante da violência.

Legitimidade - Não são poucos os seguidores do "coiso" que reivindicam o direito que eles acham ter de defender os absurdos que defendem. Sempre achei que muitas das imbecilidades que ele disse na campanha eleitoral já existiam na sociedade brasileira. O conservadorismo enrustido se transformou em governo, e a hipocrisia passou a fazer parte do nosso cotidiano, com certo destaque. Há pessoas que defendem, abertamente, a discriminação racial e a violência contra as mulheres e, ao mesmo tempo, se declaram cristãos. Uma contradição difícil de explicar.

39 anos I - Antes da fundação do Partido dos Trabalhadores, os militantes sindicais e dos movimentos sociais populares tinham, como única opção, serem cabos eleitorais de candidaturas dos partidos permitidos de existir. No cotidiano, o apoio às lutas dos trabalhadores e do povo era exercido por figuras públicas que se identificavam com as demandas populares e com as reivindicações dos sindicatos de trabalhadores.

39 anos II - Na primeira eleição em que houve a participação do PT, em 1982, obtivemos mais de 11% dos votos para o governo de São Paulo (nosso candidato foi o presidente Lula), e elegemos uma pequena quantidade de parlamentares. Desde então temos insistido em ampliar nossa representação institucional e, ao mesmo tempo, temos trabalhado para fortalecer os sindicatos de trabalhadores e os movimentos sociais populares. O esforço é enorme, mas os desafios que sempre enfrentamos nos credenciam para seguir em frente. Um abraço a todos e a todas que, no seu cotidiano, trabalham para a construção e para o fortalecimento do PT. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Conteúdo ideológico e pressão psicológica

Propaganda - O propósito do fascismo, desgraçadamente, é muito mais profundo (e perigoso) do que a vitória eleitoral do "coiso". O que aconteceu, conjunturalmente, foi a aparição de um representante institucional de ideias que, infelizmente, já existiam. O conservadorismo, através da mídia tradicional, patrocina, há algum tempo, uma ofensiva que evidencia a violência, o individualismo e a exclusão social.

Violência - Casos apresentados no rádio, de forma romanceada, por Gil Gomes e Afanásio Giazadi e, mais recentemente, imagens transmitidas pela televisão, com a narração de episódios violentos feitas por Datenas e Rezendes, são exemplos da propaganda que justifica intervenções militares e que faz a defesa (quase explícita) da posse individual de armas de fogo.

Exclusão - A apologia da meritocracia é feita de modo muito sutil, mas pretende ser eficaz para desmoralizar qualquer iniciativa de enfrentar as históricas desigualdades sociais provocadas pelo capitalismo. As cenas de estudantes, chegando em cima da hora do fechamento dos portões, são repetidas todos os anos, de forma aparentemente despretensiosa, querem demonstrar que todo mundo tem chances iguais, o que sabemos que não é verdade.

Racismo e machismo - Outro aspecto muito trabalhado pela mídia tradicional se refere às mulheres e aos negros, que são apresentados como exceções positivas e como exemplos negativos generalizados. A ficção mostra poucos casos de mulheres e negros como protagonistas. No noticiário, a maioria das vítimas de crimes violentos é de mulheres e de negros. Em boa parte dos casos, as vítimas são apresentadas como culpadas das próprias mortes. Jovens negros são acusados de andarem "em más companhias", e mulheres são apresentadas como como "causadoras da violência".

Ameaças -Uma escalada de ameaças e de intimidações provocou, neste final de semana, a morte de uma ativista dos direitos humanos, responsável pela ação contra um acusado por abuso sexual de mulheres. No caso de Jean Willys, ele passa a ser um exilado por causa de ameaças à sua segurança pessoal. No caso de Sabrina Bittencourt, ela passa a ser mais uma vítima do fascismo. Ameaçada por uma cultura machista e misógina, e depois de ser forçada a mudar de casa a cada quinze dias, ela decidiu pôr fim à própria vida.

Judiciário - A condenação sem provas do presidente Lula e o prolongamento do impasse jurídico em torno da decisão judicial parece longe de acabar. Está claro que a condenação só aconteceu para evitar que o presidente Lula concorresse ao pleito presidencial de 2018. A exposição pública de escândalos envolvendo familiares e apoiadores do "coiso" escancara ainda mais o absurdo. O magistrado, autor da sentença condenatória, integra o primeiro escalão da equipe do governo atual, o que é revelador de que ele cumpriu um papel e foi recompensado por isso.

Pressão - O comprometimento do poder judiciário com o golpe é evidente, mas, desgraçadamente, o limite do fascismo não é esse. A pretensão é afetar, psicologicamente, os defensores de ideias progressistas e democráticas e, com isso, provocar a saída do país (como aconteceu recentemente com o deputado federal Jean Willys) ou o suicídio (como aconteceu, neste final de semana, com a ativista dos direitos das mulheres Sabrina Bittencourt). Ao impedir a ida do presidente Lula ao velório e sepultamento de seu irmão, negando a ele um direito de qualquer sentenciado, os responsáveis pela decisão estão promovendo uma espécie de tortura psicológica que tem o objetivo de enlouquecê-lo. Felizmente, ele não está sozinho na resistência.  

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Humilhação, sobrevivência e luta anti-capitalista

Humilhação - O jogo de empurra que resultou no impedimento de que o presidente Lula comparecesse ao velório e sepultamento de seu irmão mais velho é revelador de um dos objetivos do fascismo. Eles pretendem espezinhar adversários, atacando-os psicologicamente, reduzindo-os a uma categoria inferior de ser humano. O que aconteceu com o presidente Lula é uma demonstração de que a intenção é destruir o indivíduo com o objetivo de combater suas ideias.
Maldade - Os procedimentos adotados pela Polícia Federal e pelo poder judiciário pretenderam (e conseguiram) impedir o direito do presidente Lula de participar do velório e do sepultamento de seu irmão. A Polícia Federal do Paraná, que podia ter liberado a ida do presidente Lula a São Bernardo do Campo, negou o pedido porque sabia que ele seria encaminhado à juíza de execuções penais de Curitiba, que se manifestaria contra a solicitação. O Tribunal Regional Federal que recebeu o recurso à decisão da juíza curitibana confirmou a decisão anterior, por saber que ela seria julgada pelo Supremo Tribunal Federal em cima da hora do enterro, e foi o que aconteceu. 

Inaceitável - O ministro presidente do STF, apesar de ter permitido a ida do presidente Lula a São Bernardo, impôs condições impossíveis de serem atendidas. O corpo do morto e os familiares do presidente Lula teriam que se deslocar a uma unidade militar, onde aconteceria o encontro com o irmão e com familiares. O presidente Lula fez bem em não se deslocar de Curitiba para São Bernardo do Campo. A decisão judicial, além disso, foi tardia. Quando ela foi publicada o sepultamento já tinha acontecido.

Contaminação - Apesar da decisão de apoiar uma candidatura alternativa ao fascismo, Marcelo Freixo obteve apenas 50 votos, menos do que a quantidade de parlamentares eleitos pelo Partido dos Trabalhadores. Antes que comecemos a debater possíveis punições aos infiéis, é importante lembrar que os que votaram contra a deliberação do PT estão contaminados pelo mundo institucional, que o fizeram respeitando a lógica dessa contaminação. Não deve caber qualquer condenação pessoal, uma vez que a lógica da atuação partidária vem sendo dominada pela luta pela ocupação do espaço institucional e, apesar de contrariar decisão específica sobre a disputa, a atitude seguiu a lógica de ocupação de espaços, o que, em muitos casos, pode ser um ato de sobrevivência política, diante do avanço do fascismo.

Unidade - O episódio deve ser interpretado como uma página triste da atuação institucional da esquerda, mas não pode resultar na escolha do caminho fundamentalista da punição a supostos "infiéis". A situação também não pode inviabilizar a construção de uma frente anti-fascista, da qual devem participar integrantes de partidos políticos que não integram o bloco de esquerda que anunciou apoio a Marcelo Freixo. O conteúdo programático da frente anti-fascista será, inevitavelmente,  anti-capitalista e disseminador de proposições civilizatórias, e isso pode assegurar que, na arena  previsível do parlamento brasileiro, algumas deliberações dialoguem com a ação direta dos sindicatos de trabalhadores e dos movimentos sociais populares.   

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Luta contra o fascismo e contra o capitalismo

Perigo - O não discurso do "coiso" em um encontro internacional pode ser um indício perigoso de que estamos assistindo uma ofensiva muito perigosa da estupidez. O elogio da burrice e da desinformação, desgraçadamente, pode servir de método para legitimar a insanidade da violência. O alcance da propaganda pode funcionar como biombo para a efetivação de ações militares que, em qualquer situação, seriam repudiadas pela maioria das pessoas.

Guerra - É uma desconfiança pouco fundamentada, ao menos por enquanto, mas a presença de militares israelenses em solo brasileiro é um indício perigoso de que há uma perspectiva de guerra a ser deflagrada a partir de nosso país. O comportamento em Davos pode ter sido um sinal de que começa a acontecer um alinhamento com países e governos belicistas, sem legitimidade internacional. É muito estranho que somente soldados israelenses tenham sido chamados para atuar em Brumadinho. É sintomático que, ao mesmo tempo, um autoproclamado e não eleito presidente venezuelano tenha recebido apoio do governo comandado pelo "coiso".

Crimes - Momentos de tragédia sempre suscitam reflexões importantes. O episódio triste de Brumadinho ajuda a pensar que os seres humanos estão sendo desvalorizados em nome da ganância desmedida pelo lucro fácil. É preciso colocar um freio na lógica de que o dinheiro pode tudo e que as vidas dos seres humanos não valem nada. É urgente que os responsáveis sejam punidos e que a fiscalização seja intensificada. Providências imediatas podem ajudar a prevenir novas tragédias. É essencial, contudo, que a estrutura de injustiça seja mudada, para que deixemos de viver a triste rotina de crimes cometidos em nome da lucratividade de atividades perigosas.

Exclusão - As mortes de Minas Gerais causam tristeza, mas, desgraçadamente, não representam um fato isolado na criminalidade do sistema injusto que vivemos. O capitalismo é responsável, desde muito tempo, pela exclusão de milhões de pessoas em todo o mundo. No mundo capitalista há muita gente sem casa e tem muito imóvel desocupado e os mais ricos detêm uma fatia da riqueza infinitamente maior do que os extremamente pobres. No Brasil, em 2017, segundo números do IBGE, a renda de 1% da população é mais de trinta e seis vezes maior do que os rendimentos da metade mais pobre das pessoas. Essa injustiça tem que acabar.

Políticas públicas - Durante os governos do PT, entre 2003 e 2016, os números da exclusão social diminuíram. O golpe de 2016 e o governo do "coiso" pretendem intensificar a miséria e fortalecer a lucratividade dos negócios. Os programas de distribuição de renda e a inclusão social não operaram milagres, afinal a desigualdade existente em nosso país sempre foi muito grande. Mas vale a pena destacar que o percentual de 35% de muito pobres foi reduzido a 13% durante os governos comandados pelo Partido dos Trabalhadores. Isto significa que, em números absolutos, mais de 45 milhões de pessoas deixaram a pobreza.

Protagonismo - A implantação de políticas públicas de inclusão social produziu muito mais do que a redução da miséria. Os governos do PT conseguiram, com diversas iniciativas, incentivar o protagonismo de vários setores excluídos da sociedade capitalista. A preocupação principal do governo fascista, ao combater os programas de inclusão social e de distribuição de renda, é de eliminar qualquer possibilidade de protagonismo dos movimentos sociais populares e dos sindicatos de trabalhadores. O governo do "coiso" pretende, também, destruir mobilizações das mulheres, dos negros e dos homossexuais, para favorecer os interesses dos donos do dinheiro. A luta contra o fascismo, portanto deve ser, essencialmente, anticapitalista.          

sábado, 26 de janeiro de 2019

As tragédias do sistema capitalista

Previsibilidade - A tragédia de Brumadinho era previsível e poderia ser evitada. O desastre anterior, em Mariana, deveria ter servido de alerta, mas, desgraçadamente, os poderes públicos não anteciparam providências e, com isso, as condições para novos desastres desse tipo continuam existindo. Com o afrouxamento da fiscalização ambiental, defendido pelo governo do "coiso", a situação pode piorar ainda mais.

Situação conjuntural - Os discursos mais coerentes identificam na privatização da Companhia Vale do Rio Doce a origem da situação caótica e insegura. É inegável que isso é verdade. Em décadas de existência da empresa estatal não foi registrado nenhum desastre ambiental. Em poucos anos de privatização, já ocorreram duas grandes (e graves) tragédias, com prejuízos irreparáveis para o meio ambiente, com desabrigados, desaparecidos e mortos.

Crimes ambientais - Não é certo qualificar o que aconteceu em Mariana e Brumadinho como acidentes. É correto o raciocínio que qualifica terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas como tragédias inevitáveis. Os episódios de Minas Gerais devem ser chamados, com todo o vigor, de crimes evitáveis, que poderiam ter sido prevenidos.

Sistema assassino - O raciocínio de que os episódios ocorreram por causa da privatização da Companhia Vale do Rio Doce está correto. A entrega do controle da empresa para empreendedores e empreendimentos que se ocupam, prioritariamente, com a lucratividade da mineração, desdenhando cuidados com o meio ambiente e com vidas humanas, também está certo. Mas o motivo mais importante para essa e outras tragédias é o sistema assassino em que vivemos. O capitalismo é o maior responsável por tragédias como as de Mariana e Brumadinho.

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...