Resistir - Apesar da prevalência do calendário eleitoral em nossas vidas, temos que ter em mente que não perdemos apenas mais uma eleição. O que aconteceu, desgraçadamente, é que valores como misoginia, machismo, racismo e homofobia, voltaram a dominar o cenário e o "coiso" foi apenas o representante institucional de ideias estapafúrdias que já existiam em parte da população.

Civilização I - Em um tempo não muito distante, as pessoas com orientação sexual não heterossexual viviam uma vida clandestina. A violência era exercida através da intimidação permanente (em casa, no trabalho e na rua) e muitas pessoas tinham que esconder sua sexualidade, para evitar represálias da família, punições no local de trabalho ou atos violentos na rua.
Civilização II - O tempo passou, e a sociedade assimilou as orientações sexuais diferentes como componentes da pessoa humana, e essas pessoas passaram a ter um pouco de liberdade para viver. As famílias acolheram seus filhos e filhas, os atos violentos passaram a ser registrados (e reprovados por parte da população) e muitas empresas passaram a contratar profissionais que não são heterossexuais.

Avanços - É óbvio que muitos dos avanços civilizatórios conquistados são irreversíveis. A maior manifestação de rua do Brasil (a marcha do orgulho LGBT) não sairá do calendário da maior cidade do país e o carnaval continuará sendo uma grande festa de cores e de alegria. Parte desses avanços não se devem ao espaço institucional, mas ao protagonismo de mulheres e homens que estamparam suas orientações sexuais na cara dos preconceituosos.
Resistência - Recuperar os direitos suprimidos e reafirmar que o ser humano deve ser livre para viver e amar são tarefas importantes da resistência, mas um mundo solidário e plural não é possível no capitalismo, onde o raciocínio dominante é o lucro a qualquer preço e o preconceito não existe somente por causa da orientação sexual, mas em função de criar pessoas de segunda classe, menos resistentes à exploração. A luta por mais direitos e pelo fim de todos os preconceitos é, portanto, uma luta anticapitalista.
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