quinta-feira, 19 de abril de 2018

O acampamento de Curitiba e a mídia tradicional

Golpismo - Os grandes veículos de comunicação tentam, todos os dias, convencer a opinião pública de que o acampamento de Curitiba é um lugar de conflagração violenta entre apoiadores do presidente Lula e seus opositores. O papel da mídia tradicional, neste momento do golpe, é o de reforçar a ideia de que o lugar não deve receber visitas das caravanas de todo o país e, muito menos dos moradores da capital paranaense.

Crianças - Uma amiga querida, moradora de Curitiba, esteve no acampamento com sua filha, e foi alertada de que, segundo o noticiário, o lugar é muito perigoso. Ela respondeu, prontamente, que o terrorismo midiático não tem nenhuma relação com a verdade, e contou que ela e sua filha foram muito bem tratadas no acampamento, e que o mesmo tratamento, cordial e atencioso, é dado a todas as pessoas que comparecem ao local com crianças pequenas.

Sensacionalismo - Nesta quarta feira, a opinião pública foi informada de um ataque insano contra o acampamento. O episódio, de responsabilidade de um grupo de malucos, ganhou destaque na mídia tradicional. Fatos positivos como a presença de uma conhecida chefe de cozinha, de vários artistas e de autoridades internacionais nem foram noticiados pelos grandes veículos de comunicação e, quando isso aconteceu, o destaque foi muito pequeno.

Preferência - O esforço midiático, ainda que enorme, não tem conseguido fazer efeito. Apesar da preferência dos grandes veículos de comunicação pelo antipetismo, isso não tem conseguido convencer parte significativa da opinião pública. O presidente Lula continua liderando todas as pesquisas de opinião, o povo de Curitiba é solidário com a luta por Lula livre e o acampamento continua promovendo um revezamento entre militantes de todo o país.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Farsas e intimidações

Confirmação - O senador mineiro Aécio Neves foi transformado em réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia tende a reforçar os argumentos dos que dizem (há algum tempo) que "primeiro a gente tira a Dilma, e depois...". A expectativa, no entanto, deve ser relativizada. O senador mineiro já deveria ter sido punido, tais as evidências contra ele, e o início tardio de investigações que podem condená-lo só confirma a seletividade antipetista do enfrentamento contra a corrupção promovido pelo golpismo.

Farsa - Imagens do interior do apartamento, que provocou a condenação e a prisão do presidente Lula, reforçam a ideia de que foi montada uma enorme farsa para justificar o que aconteceu. Fotos confirmam que a reforma do triplex nunca aconteceu. Em depoimento, um delator (mentiroso) afirmou que a empreiteira OAS teria pago pela reforma. O juiz paranaense acreditou na mentira, e a usou no julgamento. O silêncio, neste momento, é um indício de seu comprometimento com o golpe. 

Participação - O magistrado curitibano sabia da mentira e participou da farsa. Ele negou pedido dos advogados do presidente Lula, que pretendiam que fosse feita uma vistoria no apartamento, o que, muito antes da divulgação das fotos, teria comprovado que a citada reforma nunca aconteceu. O interior do apartamento se tornou de conhecimento público por causa da ação de integrantes da Frente Povo Sem Medo que, ao ocupar o imóvel, constatou que características citadas no processo contra o presidente Lula (como a existência de um elevador privativo) não existem.

Improvável - Diante da revelação da farsa, o desfecho mais razoável seria o encerramento do processo, com um pedido de desculpas público ao presidente Lula. Mas o processo foi montado com o objetivo claro de tirar o presidente Lula do processo eleitoral, e não há sinais de que os seus autores desistam dessa intenção. As evidências da farsa, no entanto, podem conduzir a opinião pública ao descrédito com as instituições, o que deve criar cenário propício para o aprofundamento do golpe.

Ameaças - Agressões contra o acampamento de Curitiba são um sinal de que o fascismo está em plena atividade, com a conivência de setores da segurança pública. A divulgação midiática das agressões contra os apoiadores do presidente Lula pretendem desencorajar a ida de mais militantes para Curitiba, mas tem produzido efeito contrário. Mais caravanas estão sendo organizadas e, apesar das agressões e das ameaças, o movimento #LulaLivre continua forte em Curitiba e em todo o país.   

terça-feira, 17 de abril de 2018

O golpe e a mídia

Golpismo - A justiça acaba de anunciar a liberação do depoimento de delatores que podem incriminar o presidente ilegítimo. O anúncio segue roteiro pré-estabelecido, que prevê a criminalização da política, e a permanente suspeição do governo federal. A lógica golpista continua sendo a de favorecer o provável recrudescimento do golpe, ainda que, para isso, tenha que defenestrar o atual ocupante da cadeira de presidente da república.

Seletividade - A Procuradoria Geral da República anunciou que vai investigar casos de campanha antecipada e de abuso do poder econômico na campanha eleitoral de 2018. A disposição investigativa, no entanto, não deve atingir a todos. Golpistas e apoiadores do golpe devem ser poupados, enquanto que candidatos do PT e da esquerda podem ser impedidos em sua liberdade de expressão.

Mídia -  As notícias sobre a ocupação do triplex atribuído ao presidente Lula não se referem ao absurdo da condenação sem provas, a não ser no momento em que reproduz declarações de um dos participantes do movimento. O noticiário se concentra em um suposto "transtorno" para os moradores do condomínio onde se localiza o apartamento e em críticas genéricas aos "baderneiros" que ocuparam o apartamento e fizeram manifestação pública em frente ao edifício Soláris. 

Motivos - As razões, apresentadas pela Polícia Militar, para pressionar os participantes da ocupação a deixarem o prédio, combinam com o comportamento midiático. A PM foi chamada pelos moradores do condomínio e, agindo em defesa deles, forçou a desocupação. Não houve qualquer pedido de reintegração de posse. Se a ocupação tivesse chegado a esse limite, ficaria evidente, para todas as pessoas, quem é o proprietário do imóvel atribuído ao presidente Lula. 

Justificativas - Ao concentrar as informações nas reclamações dos condôminos, o noticiário da mídia tradicional pretendeu evitar a informação óbvia de que o imóvel não pertence ao presidente Lula. Com isso, os grandes veículos de comunicação conseguiram, ao mesmo tempo, justificar as ameaças arbitrárias da PM, de que prenderia todos os manifestantes se a ocupação não terminasse; e a ausência do juiz paranaense que, em viagem aos Estados Unidos, não disse nada sobre o assunto.  

Cuidados - Os grandes veículos de comunicação trabalham com a inexistente realidade em que haveria uma unanimidade antipetista. As pesquisas desmentem o delírio midiático e golpista, mas é preciso ter cuidado. A exemplo do que ocorreu na véspera do julgamento do habeas corpus no STF, não é improvável que, em período próximo da eleição, a mídia tradicional divulgue declarações de militares ameaçando entrar em cena se o presidente Lula vencer as eleições presidenciais.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A luta é permanente e contínua

Democracia - Nos estertores da ditadura, quando o regime autoritário estava no seu final, figuras públicas da política tradicional hegemonizaram o processo de abertura política, e assimilaram o conteúdo de "distensão lenta, gradual e segura", que era interessante para o governo da época. A hegemonização da política tradicional tornou distante a implantação de mudanças mais profundas na organização da sociedade brasileira mas, ao mesmo tempo, generalizou a consciência sobre a importância da luta democrática. Os encaminhamentos políticos foram adaptados, por causa da influência da política tradicional. A anistia, pensada para beneficiar os inimigos do regime, foi recíproca, e também perdoou torturadores; a constituinte livre e soberana foi rebaixada, e se realizou através de um congresso constituinte; e as eleições diretas em todos os níveis só foram se  consumar em 1989, com a eleição do primeiro presidente da república pelo voto direto.

Espaços - A luta democrática, que enfrentou a ditadura, foi iniciada por trabalhadores e por movimentos sociais populares, com greves e mobilizações, que apresentavam reivindicações específicas e localizadas, mas que também se colocavam contra o regime autoritário. A presença de figuras públicas da política tradicional teve o objetivo, num primeiro momento, de diluir o caráter de classe do enfrentamento, limitando-o, o quanto possível, à luta institucional. Os trabalhadores e os movimentos sociais populares refizeram seus projetos imediatos, reconhecendo que o momento político poderia favorecer a luta de massas, no espaço institucional, e passaram a ocupar espaços em administrações e governos e nas casas legislativas, nos três níveis da administração pública. A ocupação do espaço institucional ocorreu, inicialmente, através do PT, mas, mais tarde, esse movimento também aconteceria por intermédio de outros partidos de esquerda.

Legalidade - Os partidos políticos de esquerda passaram a vivenciar uma legalidade que ainda não havia sido experimentada na história brasileira. A ocupação de espaços institucionais possibilitou a implantação de políticas públicas de inclusão social e de distribuição de renda. Também se tornou possível estabelecer uma política generalizada de inversão de prioridades, em benefício das classes populares. Como parte dessa ocupação do espaço institucional, o PT chegou ao governo federal, em janeiro de 2003, o que abriria a possibilidade de que políticas públicas de inclusão social, antes localizadas, passassem a ter alcance e abrangência nacionais. A busca pela legalidade pode ser questionada por quem prefere outro  caminho, mas a escolha pela disputa institucional não foi uma opção. A realidade daquele momento da conjuntura transformou essa possibilidade numa imposição.

Golpe - Os avanços obtidos com a ocupação de espaços institucionais sempre tiveram a oposição do mercado financeiro e de representantes do capitalismo internacional, que, diante da possibilidade de que as políticas públicas implantadas pelo PT se aprofundassem, patrocinaram o golpe de 2016. Os adversários do PT e da esquerda também buscam potencializar alternativas políticas viáveis no cenário político, que sejam capazes de enfrentar o desafio das urnas. O resultado da disputa é imprevisível, e ela ainda está em andamento. O PT e a esquerda não aceitam qualquer tipo de retrocesso. Os defensores do retrocesso não aceitam a existência das ideias de igualdade e de justiça social e querem a destruição do PT e da esquerda. O capítulo mais recente da disputa é a prisão do presidente Lula que, mesmo encarcerado, lidera todas as pesquisas sobre as eleições presidenciais.   

Falsificações e mentiras

Mentira - É espantosa a facilidade com que mentiras flagrantes são assimiladas pelas pessoas, passando a fazer parte do discurso antipetista e contra o presidente Lula. A disseminação de notícias falsas contra o PT não é um fenômeno recente. Nos anos 80 do século passado, o presidente Lula foi acusado de ser proprietário de uma mansão no bairro do Morumbi. A mentira nunca foi provada e a história fantasiosa desapareceu dos argumentos antipetistas. Desde algum tempo, ela foi substituída pela afirmação de que ele, na presidência da república, teria favorecido o sucesso de empreendimentos dos filhos. No discurso dos antipetistas, um dos filhos do presidente Lula é proprietário (ou sócio) de um conhecido frigorífico, mesmo depois da circulação de notícias comprovadas de que o referido fabricante de carnes pertence a outras pessoas. Mais recentemente, a mentira sobre a posse de um apartamento no litoral paulista serviu de base para uma condenação judicial e para a prisão do presidente Lula.

Favorecimentos - Esse tipo de notícia falsa, fabricado nos laboratórios do antipetismo, influencia pessoas comuns, gerando um ambiente favorável para o discurso contra o presidente Lula. As mentiras têm encontrado receptividade mesmo entre integrantes das classes populares. Pessoas comuns, que acreditam nas notícias falsas, acabam contribuindo para a disseminação delas. O cenário produzido por essa ação deliberada (e criminosa) acaba por favorecer candidaturas e figuras públicas oportunistas que, de maneira hipócrita, atacam a corrupção de forma genérica, mas que, na sua prática política, se favorecem de doações suspeitas. Ao não desmentir prontamente esses boatos, os grandes veículos de comunicação acabam contribuindo para a sua disseminação. O cenário, baseado em mentiras, também é favorável para o desenvolvimento de uma insana corrente de ódio.

Resistência - Apesar do cenário desfavorável, o presidente Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto e, se as eleições fossem realizadas agora, venceria a eleição presidencial no primeiro turno. Também em relação ao PT a mentira não faz tanto efeito. O partido conta com a maior simpatia na população e no eleitorado e, se as eleições proporcionais acontecessem através da lista partidária, elegeria mais de cem parlamentares federais. A situação positiva do presidente Lula e do PT pode ser atribuída a um empenho militante que não é comum em nosso país. Candidaturas que se beneficiam das mentiras não contam com o apoio expresso e explícito de militantes como os que estiveram em São Bernardo do Campo e os que ocupam Curitiba desde o último dia 7 de abril.

Liderança temporária - O ex-prefeito paulistano, agora candidato ao governo do estado de São Paulo, lidera os levantamentos estatísticos divulgados no último final de semana, apesar de uma estrondosa desaprovação entre os habitantes da maior cidade do país. O resultado pode ser atribuído ao clientelismo do PSDB, instalado no Palácio dos Bandeirantes há mais de duas décadas; e ao desconhecimento da população de cidades do interior sobre o desastre que foi a passagem do tucano pela prefeitura da capital. O cenário deve mudar quando as campanhas eleitorais começarem efetivamente. Será a ocasião para a apresentação de projetos para o estado, e população vai poder verificar que a tal "eficiência de gestão", defendida por Dória, é prejudicial aos municípios. O prefeito tucano, que ficou no cargo por um período um pouco maior do que um ano, mesmo tendo prometido que cumpriria o mandato até o final, é um mentiroso que será desmascarado, com o decorrer da campanha eleitoral.

sábado, 14 de abril de 2018

Impunidade e pensamento golpista

Culpas - Transcorrido um mês da execução da vereadora Marielle Franco, não existe o menor sinal de que o crime seja desvendado. Os tiros disparados contra a caravana do presidente Lula também não têm indício de resultados. Os dois crimes têm origem muito semelhante. O ódio estimulado pela mídia tradicional é o principal responsável pelos tiros. Incontinências verbais de pessoas que julgam que as vítimas "colheram o que plantaram", fazem parte da lógica golpista que busca atribuir às vítimas a culpa por atos de violência, de modo muito semelhante aos que atribuem a ocorrência de estupros ao uso de mini-saias.

Resistência - O raciocínio golpista é cúmplice dos crimes, e é criminoso, ao mesmo tempo. O ódio insano que incentiva a violência é a mão que pode girar a maçaneta, e abrir a porta para o fascismo. O mais trágico disso é que, por causa do apoio da mídia tradicional, essa lógica vem se espalhando perigosamente entre as pessoas. O objetivo do golpismo á forçar a rendição dos que lutam por um país mais justo e igualitário e a adesão de desavisados e desatenciosos. Não haverá rendição dos que lutam. Enquanto houver injustiça haverá resistência. A adesão de desavisados e desatenciosos, conquistada, momentaneamente, pela mídia tradicional, não será duradoura. A insensatez dos coxinhas vai ruir como as notícias falsas espalhadas pelo golpismo.

Tentativas - A pretensa unanimidade antipetista, propagandeada pelos golpistas, não é totalmente verdadeira. Embora tenham tentado nos reduzir a "sub-extrato de bosta do cavalo do bandido", o objetivo dos golpistas não foi alcançado. Continuamos vivos e fortes. E o futuro nos pertence. Mesmo na mídia tradicional existem (poucos) articulistas com opiniões sensatas sobre os fatos e sobre a realidade atual. No espaço acadêmico e universitário, as ideias de transformação social ocupam espaço importante e, ainda que não haja unanimidade a favor do PT, as ideias socialistas e libertárias são amplamente majoritárias. O acordo entre os que defendem a transformação da sociedade é a luta contra o capitalismo. 

O acampamento de Curitiba e a luta pela democracia

Terrorismo midiático - Os grandes veículos de comunicação divulgam notícias de que o acampamento de Curitiba estaria incomodando os vizinhos da sede da Polícia Federal, e que os acampados estariam atrapalhando a rotina daquela repartição pública. A prefeitura da capital paranaense, através da procuradoria municipal, pretende que o presidente Lula seja transferido para outro local.

Uma semana - O acampamento "Lula Livre" completa uma semana neste sábado, com o registro da presença de quase oito mil pessoas desde que se iniciou. Cerca de oitocentos apoiadores do presidente Lula estão acampados nas imediações da Polícia Federal, em esquema de revezamento. A alimentação é garantida por doações recolhidas em todo o país e por uma cozinha que funciona no próprio acampamento. Diferentemente do que é divulgado na mídia tradicional, parte da vizinhança do acampamento abriu as portas em solidariedade aos acampados e usuários dos serviços da PF também já declararam que o acampamento não prejudica o atendimento.

Tratamento especial - Os incômodos com o acampamento são demonstrados por pessoas que sempre apoiaram o golpismo, e disseminados pelos grandes veículos de comunicação, pretendem gerar a impressão de que a defesa política do presidente Lula é uma maluquice de alguns poucos petistas lunáticos. A presença permanente de pessoas no acampamento é assegurada pelo revezamento militante de caravanas como a de São Paulo, que chegou ao local na quinta feira; por apoiadores de sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais populares e partidos políticos; e pelo apoio de moradores de Curitiba. O terrorismo midiático pretende afastar a presença de pessoas que vão ao local com crianças, tentando diminuir o apoio da população ao acampamento. Diferentemente do discurso midiático, que pretende disseminar o medo, as pessoas com crianças são tratadas de maneira especial no acampamento "Lula Livre".

Liberdade - As reclamações sobre o acampamento deveriam provocar a decretação imediata da liberdade do presidente Lula. Os acampados de Curitiba e os lutadores dessa jornada em defesa da democracia querem "Lula Livre" por que os seus acusadores não apresentaram provas contra ele, mas, também, porque, eleito presidente, ele vai exercer o cargo em benefício da maioria do povo brasileiro. O acampamento de Curitiba não se refere somente à liberdade de um homem, ele é a expressão da defesa de um projeto de país com igualdade e justiça social.   

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...