terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Começar de novo

Cortina de fumaça - A discussão sobre o pomar de laranjas do "coiso" se parece com uma imensa enganação, que tem o papel principal de esconder debates muito mais importantes sobre as atitudes do governo federal. Com a preocupação centralizada na apuração de fatos ligados ao lançamento de candidaturas "sem chance", e na eventual punição dos acusados por esse crime, há uma certa liberdade para a efetivação de medidas e providências que visam a supressão de direitos dos trabalhadores e o repasse de riquezas nacionais ao capital privado nacional e internacional.

Punibilidade - A lógica do noticiário insiste na punição individual de acusados e suspeitos, e se distancia do debate sobre o financiamento da política. A discussão sobre o funcionamento das instituições precisa retomar proposições de reforma política, que tenham, como objetivo principal, restabelecer o protagonismo popular e assegurar o aperfeiçoamento da democracia. A punição de eventuais culpados deve ser assegurada, mas sempre será insuficiente para combater a corrupção e o domínio do poder econômico sobre as instituições políticas.

Guerra - A ofensiva contra a Venezuela, comandada pelos Estados Unidos da América do Norte, conta com a colaboração de países como o Brasil, e com a cobertura favorável da mídia tradicional. A intenção é provocar um incidente que justifique uma guerra. A tal "ajuda humanitária" já revelou que tem um lado na disputa política que acontece no país vizinho, e assumiu a defesa de um presidente sem voto, desprezando o presidente eleito da Venezuela. O conteúdo bélico das declarações de integrantes do governo do "coiso" é um indicador perigoso de que podemos estar muito perto de um conflito armado, que vai nos obrigar a reconstruir nossas vidas e nossos sonhos.

Incêndio - O profissional de imprensa vive de contar histórias envolvendo outras pessoas, mas há ocasiões em que episódios tristes invadem nossas vidas. Na semana passada, exatamente no dia 19 de fevereiro, um incêndio destruiu a casa onde eu moro, no bairro do Grajaú. Não houve vítimas. Ninguém se machucou. O desafio, agora, é recomeçar, e eu e a Angela temos certeza de que vamos reconstruir a vida que tínhamos antes da tragédia, e que seremos muito felizes.

Solidariedade - A situação difícil me ajudou a redescobrir a solidariedade das pessoas. Contei (e continuo contando) com a ajuda de inúmeras pessoas, que fazem da solidariedade uma regra de suas vidas, como a Adélia (que me acolheu na casa dela), o Flávio e o Gegê (que viabilizaram os gastos com a burocracia do aluguel de outra moradia), o Eduardo (que esteve junto comigo em várias conversas com a proprietária do imóvel incendiado) e muitas outras pessoas que estão disponíveis para ajudar. O episódio me ensinou que a minha família é bem maior do que o grupo de pessoas que têm o mesmo sangue que eu. Minha família é formada por mulheres e homens que defendem e exercitam a solidariedade.

Decisão - Toda vez que entro na casa incendiada, e olho para a cama do meu quarto, destruída pelo fogo, me lembro de que eu poderia estar ali, se o acidente tivesse ocorrido de madrugada. Eu e a Angela estávamos fora de casa na hora do incêndio, e a Priscila e o Raul, que estavam lá quando aconteceu a tragédia, não sofreram nada. Temos que agradecer a Deus, por ter preservado vidas, e eu, especificamente, devo decidir viver mais e melhor, conviver mais com filhos, filhas e netos; visitar minha mãe, meus irmãos e irmãs com mais regularidade; e estar, sempre que possível, com os companheiros de todas as horas. A melhor forma de obter novas chances de sobrevivência e de saúde é aproveitar a oportunidade que eu acabo de conquistar. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Laranjas e milícias

Aparências - A primeira exoneração do governo do "coiso" foi anunciada, oficialmente, nesta segunda feira. O episódio deve encher de empáfia aqueles que sempre afirmaram não ter bandido de estimação. O motivo alegado para o desligamento do ministro foi a destinação de dinheiro público para uma candidatura "sem chance", mas a razão verdadeira pode não ser essa. O ministro exonerado ousou mexer num vespeiro, e se meteu a dar palpites em um hospital público controlado pela milícia. Tudo indica que foi essa "intromissão indevida" que provocou sua desgraça. 

Conivência - A maior parte dos grandes veículos de comunicação aceitou, sem questionar, a versão oficial para a exoneração, e reproduziu informações repassadas pela assessoria de imprensa do "coiso". O comportamento midiático reforça a empáfia e a virulência dos simpatizantes do governo, contribuindo para que o tema seja tratado com a maior naturalidade do mundo. Mexer nessa casa de marimbondos pode ser perigoso. Jornalistas não se esquecem de colegas como Tim Lopes, que, investigando o mundo do crime, perderam a vida. Grandes veículos de comunicação, no entanto, são cúmplices do banditismo. A omissão midiática é proposital, e reveladora dessa cumplicidade. 

Golpismo - O episódio é esclarecedor sobre o alcance dos tentáculos do golpismo. Não há qualquer indício de que o ministro defenestrado seja punido judicialmente. Se houver qualquer castigo, ele pode ocorrer numa viagem de avião ou em um acidente qualquer, provocado (ou encomendado) pelos verdadeiros responsáveis pela exoneração. O golpe de 2016, e o governo fascista que veio depois, têm, como única base social organizada, milicias armadas que exercem o poder, que exoneram e nomeiam, e que bancam suas posições com base em ameaças e intimidações.  

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Injustiça, desigualdade e violência

Judiciário - A cassação da liminar que cancelava o aumento da tarifa dos ônibus da cidade de São Paulo é mais uma demonstração de que o judiciário não é neutro. O motivo principal da concessão da liminar foi o descontentamento demonstrado pela população com o reajuste. A razão da revogação da liminar foi o alinhamento do judiciário com os interesses empresariais. A decisão judicial busca atender, também, a lógica do financiamento público da lucratividade particular. O aumento vai direto para as empresas de ônibus. A prefeitura continua repassando generosos subsídios que continuam sustentando um capitalismo sem risco. E quem paga a conta é a população, que continua viajando apertada e em condições precárias e que corre o risco de ver linhas de ônibus serem suprimidas.

Mobilização - A liminar que suspendeu o reajuste não foi uma concessão. Ela só foi editada depois da forte mobilização popular. Foram quatro manifestações públicas contra o aumento. A decisão judicial mais recente buscou atender os interesses dos empresários de ônibus e os da administração, e só aconteceu quando a mobilização se reduziu a pedir que a prefeitura recebesse a notificação e voltasse a praticar a tarifa anterior.

Exceção - O telejornal mais importante da maior emissora de televisão do país teve, neste sábado, mais uma vez, a presença de uma mulher negra na apresentação do noticiário. Antes dela, a jornalista Glória Maria também já havia cumprido o mesmo papel. Faz alguns anos que o mesmo informativo televisivo foi apresentado, também pela primeira vez, por um jornalista negro. É óbvio que as presenças de Maju Coutinho, Glória Maria e de Heraldo Pereira na bancada do JN são vitórias importantes. Mas é evidente que isso é insuficiente. Mulheres e negros representam a maioria do povo brasileiro. É injusto e desigual que continuemos a ser tratados como cerejas de um bolo assado e confeitado com cor branca e masculina.

Violência - O assassinato de um jovem, por um segurança de supermercado, é uma das consequências do discurso de ódio existente em nossa sociedade. As mãos do assassino agiram com o apoio dos que defendem esse tipo de atitude. O "coiso" não é o mandante do crime, mas seus pronunciamentos públicos autorizaram (e incentivaram) a atitude insana do segurança do supermercado.



      

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Luta democrática

Festa - Na celebração do aniversário do PT, tive a oportunidade de rever companheiros e companheiras que, no decorrer dos últimos anos, partilhei momentos inesquecíveis e emocionantes. A constatação (óbvia e quase unânime) é de que chegamos aos 39 anos de vida de nosso partido com inúmeras dúvidas sobre nossas tarefas na atual conjuntura e sobre as responsabilidades que temos com o futuro. As certezas que temos tem a ver com o caminho que percorremos, sempre comprometidos com as causas populares e com os movimentos sociais.

Desafios - O companheiro Durval de Carvalho, atual presidente do Diretório Municipal do PT de Campinas (SP), me ajudou a ver que as dúvidas e incertezas podem ser estímulos à nossa capacidade de elaboração, o que pode resultar em encaminhamentos interessantes para as lutas populares. Penso que herdamos a consciência de luta dos que resistiram ao autoritarismo implantado pelo golpe de 1964. Os filhos e netos da geração atual serão herdeiros do que conseguirmos fazer no enfrentamento do fascismo implantado em nosso país pelo golpe de 2016 e pelo sucesso eleitoral do "coiso". As iniciativas que tomarmos serão admiradas e imitadas. As atitudes dos protagonistas do futuro serão responsáveis por um mundo melhor e mais justo.

Democracia - O enfrentamento contra o autoritarismo implantado pelo golpe de 1964 teve a participação de inúmeros atores políticos e sociais que, no atual momento político, ainda não assumiram o mesmo papel. Uma das explicações para a pouca influência dos defensores da democracia no enfrentamento com o fascismo defendido pelo "coiso" é a inexistência, na conjuntura atual, de figuras públicas como Leonel Brizola, Miguel Arrais, Ulisses Guimarães, Mario Covas ou Franco Montoro que, ainda que nunca tivessem defendido uma sociedade socialista, sempre foram intransigentes defensores da democracia e dos direitos humanos.

Protagonismo - O debate sobre a criminalização da homofobia é um momento importante de reflexão sobre algumas ideias estúpidas do "coiso" e de seus seguidores. A civilização humana evoluiu o suficiente para reconhecer que a identidade biológica (ser homem ou mulher) não tem nada a ver com a orientação sexual dos indivíduos. O estágio atual foi alcançado, especialmente, por causa do poder de iniciativa de mulheres e homens que, mesmo diante de julgamentos preconceituosos, souberem exercer a liberdade de ser e de existir. O fascismo pretende fazer a história andar para trás, e legitimar a violência contra a comunidade LGBT. Criminalizar a homofobia vai cercear a liberdade de expressão de imbecis e preconceituosos, mas, ao mesmo tempo, vai representar a garantia de que os seres humanos que não se incluem na heteronormatividade defendida pelo fascismo tenham direito de viver. 

Fritura - Um dos integrantes do primeiro escalão da presidência da república está sendo fritado (publicamente) pela família do "coiso". Responsável por repassar R$ 400 mil para a campanha de uma candidata que obteve apenas 274 votos, ele havia concordado em assumir a culpa e pedir demissão. O último lance da novela envolveu o próprio presidente, que disse, numa entrevista, que se o ministro estiver envolvido, "o destino não pode ser outro a não ser a volta às suas origens". O ministro mudou de ideia e, agora, diz que não pede pra sair. O esquema é maior do que ele. Está claro que a candidatura "sem chance" foi criada pelo partido do "coiso" para desviar dinheiro público.    

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Ódio, ignorância, mentira e imbecilidade

Desumanização - A morte do jornalista Ricardo Boechat, que está muito longe de ser um de meus exemplos de profissional correto, acabou por suscitar comentários maldosos sobre ele. Não concordo com quem comemora a morte de qualquer pessoa. Luto, desde muito jovem, para que o sistema capitalista morra. Penso que o capitalismo é responsável pela exclusão social e causador de muitas mortes e que, especificamente por isso, deve morrer. Mas isto não pode significar que todas as pessoas que colaboram com a forma como a sociedade se organiza devam ser punidas. Também não considero correto que o jornalista seja endeusado somente porque morreu. Os elogios e homenagens que fiquem por conta dos que conviveram com Boechat. O que mais me preocupa é que a morte do jornalista reforce, em todas as pessoas, um sentimento de ódio que é próprio dos seguidores do "coiso".

Legitimidade - A acusação de que os integrantes do PT estariam torcendo contra o atual governo é uma tentativa de legitimar as ideias estapafúrdias que são defendidas por auxiliares e assessores do "coiso". Em países que passaram pela dolorosa experiência da guerra, ideias belicosas são combatidas. Povos que conviveram com o fascismo abominam qualquer tipo de autoritarismo. Do mesmo modo que existe uma pretensão de normalizar a prisão injusta do presidente Lula, os defensores do "coiso" querem que ideias como o racismo, o machismo e a homofobia sejam aceitas como normais e legítimas, como se fosse belo ter qualquer opinião imbecil. Um aviso aos simpatizantes de qualquer absurdo desse tipo: ideias excludentes e retrógradas nunca serão vistas como normais, e os que pensam de forma generosa e solidária nunca aceitarão um governo que defende o absurdo como regra.

Desconhecimento - Uma professora graduada, numa entrevista a um programa de rádio, se referiu a Simon Bolívar, afirmando que ele foi influenciado por Marx e Lênin. Seria até interessante que as ideias do combatente da luta contra a colonização espanhola das Américas tivessem sido influenciadas pelo socialismo, mas isto é impossível. Ele viveu em uma época anterior ao marxismo e ao leninismo. Existe uma possibilidade (grave) de que a declaração tenha sido dada por falta de informação. Uma professora graduada (de qualquer especialidade) não tem o direito de ser ignorante sobre a história.

Criminoso - O mais assustador, no entanto, é que ela tenha dito isso deliberadamente. O programa de rádio onde ela disse essa imbecilidade tem apelo popular, e sua audiência é formada, em grande parte, por pessoas que, em geral, são mal informadas sobre a história da humanidade. Não é improvável que a professora tenha dito isso buscando dialogar com os ouvintes do programa radiofônico, enfiando num mesmo contexto o líder venezuelano, o filósofo alemão e o líder da revolução russa. Se foi isso o que aconteceu, a professora cometeu um crime contra a humanidade. Ela pode ter se utilizado de uma mentira deslavada, com o único objetivo de conquistar adeptos para as ideias estúpidas defendidas por seguidores do "coiso". 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O capitalismo insano, as tragédias e a resistência

Tragédias - Sem prejuízo da necessidade de intensificação da fiscalização oficial, as tragédias recentes podem ser atribuídas ao crescimento de um valor ideológico que, desgraçadamente, é uma marca da propaganda do governo federal atual. Os crimes ambientais de Mariana e de Brumadinho, as enchentes na cidade do Rio de Janeiro e o incêndio no alojamento dos jogadores de futebol do Flamengo têm, como origem comum, a busca pela acumulação de dinheiro, que secundariza vidas humanas e despreza o meio ambiente.

Fiscalização - Os cuidados permanentes com vidas humanas devem ser de responsabilidade dos poderes públicos. A prevenção é capaz de evitar tragédias. A ganância, no entanto, é a mãe da incompetência governamental e da falta de cuidado de investidores e de empresas privadas. Episódios tristes e lamentáveis poderiam ter sido evitados se a fiscalização fosse mais rigorosa, mas os riscos seriam muito menores se não fossem tão disseminados os valores do lucro fácil, que são assimilados, com facilidade, por empresários beneficiados com as privatizações, por empreiteiros de obras urbanas e por empresários de jogadores de futebol.

Repressão - Ameaças são utilizadas, sempre, por governos autoritários. O "coiso" é especialista nesse tipo de bravata. Desde a campanha eleitoral ele repete (pessoalmente ou através de subordinados) que vai fuzilar os adversários políticos e todas as pessoas que ousarem discordar das suas proposições estapafúrdias. O drama, desgraçadamente, não se limita ao atual governo. Os que lutam contra as injustiças sempre foram perseguidos. A vítima mais recente é a igreja católica. Será difícil calar os que assumem o papel profético de ser a voz dos que não têm voz   

Conteúdo - O discurso do "coiso" é muito parecido com o de outros defensores das insanidades do capitalismo. Na campanha eleitoral, ele conseguiu a adesão de um percentual da população que foi suficiente para transformá-lo em presidente da república. O sucesso da candidatura fascista animou alguns imbecis a defender ideias estapafúrdias e a disseminar o ódio. Mas a onda conservadora não se tornará maior do que as ideias socialistas e libertárias, que são defendidas por muitas mulheres e por muitos homens. Resistiremos. 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Democracia e resistência

Duplicidade - Os absurdos da condenação mais recente do presidente Lula são reveladores do comprometimento do judiciário com o golpismo e com o fascismo. A exemplo que havia acontecido no julgamento sobre o triplex do Guarujá, não existem provas de que o sítio que motivou essa condenação pertença ao presidente Lula, e o único indício disso foi colhido em depoimento da delação premiada. Um condenado diz qualquer coisa com o objetivo de amenizar ou diminuir a própria pena. No caso específico, a juíza que proferiu a sentença se refere a depoimentos de duas pessoas, quando, na verdade, partiram de um mesmo depoente. O apelido do dedo-duro ganhou vida, e ele se multiplicou por dois.

Engano - Há um engano na esquerda, sem qualquer má intenção, na separação entre os valores disseminados pelo governo fascista e o programa econômico do mesmo governo. O engano incentiva tentativas de separar frases folclóricas (e até engraçadas) de figuras do ministério do "coiso" de proposições dirigidas ao mercado financeiro. Essas interpretações buscam apresentar as frases folclóricas e engraçadas como uma espécie de cortina de fumaça para propostas de retirada de direitos trabalhistas e de reformas na seguridade social. 

Economia - A pauta moral do governo não serve, exclusivamente, para dialogar com o conservadorismo existente na sociedade. Se o governo fascista conseguir eliminar  a compra de pílulas do dia seguinte e de dispositivos intra uterinos, vai economizar recursos que terão a mesma destinação do dinheiro resultante da reforma da previdência. Os moralistas serão atendidos e os banqueiros ficarão um pouco mais ricos do que eles já são. A mesma economia de recursos financeiros também pode acontecer se forem eliminadas as compras de livros de literatura. 

Lógica - O raciocínio do enxugamento do aparato estatal combina com a pauta conservadora do fascismo, e isso, desgraçadamente. não se limita ao governo federal. O novo governador paulista, ao vetar proposta de atendimento 24 horas para as delegacias especializadas em atender as mulheres, se refere a uma limitação no orçamento, mas, ao mesmo tempo, favorece a lógica de que "mulher tem mesmo é que apanhar" e ficar quieta diante da violência.

Legitimidade - Não são poucos os seguidores do "coiso" que reivindicam o direito que eles acham ter de defender os absurdos que defendem. Sempre achei que muitas das imbecilidades que ele disse na campanha eleitoral já existiam na sociedade brasileira. O conservadorismo enrustido se transformou em governo, e a hipocrisia passou a fazer parte do nosso cotidiano, com certo destaque. Há pessoas que defendem, abertamente, a discriminação racial e a violência contra as mulheres e, ao mesmo tempo, se declaram cristãos. Uma contradição difícil de explicar.

39 anos I - Antes da fundação do Partido dos Trabalhadores, os militantes sindicais e dos movimentos sociais populares tinham, como única opção, serem cabos eleitorais de candidaturas dos partidos permitidos de existir. No cotidiano, o apoio às lutas dos trabalhadores e do povo era exercido por figuras públicas que se identificavam com as demandas populares e com as reivindicações dos sindicatos de trabalhadores.

39 anos II - Na primeira eleição em que houve a participação do PT, em 1982, obtivemos mais de 11% dos votos para o governo de São Paulo (nosso candidato foi o presidente Lula), e elegemos uma pequena quantidade de parlamentares. Desde então temos insistido em ampliar nossa representação institucional e, ao mesmo tempo, temos trabalhado para fortalecer os sindicatos de trabalhadores e os movimentos sociais populares. O esforço é enorme, mas os desafios que sempre enfrentamos nos credenciam para seguir em frente. Um abraço a todos e a todas que, no seu cotidiano, trabalham para a construção e para o fortalecimento do PT. 

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...