terça-feira, 29 de maio de 2018

Pesquisas e manipulações

Pesquisas - A divulgação dos números de pesquisa de intenção de voto para a presidência da república tem a pretensão de substituir os resultados de levantamento, divulgado anteriormente, diminuindo a vantagem do presidente Lula para os demais candidatos. Os números divulgados anteriormente, levantados pelo Instituto Vox Populi, indicam um percentual superior a 39% para o presidente Lula, maior do que a soma de todos os outros candidatos que, juntos, naquele levantamento estatístico, totalizam 30%. 

Diferenças - A divulgação mais recente, do Ibope, aponta o presidente Lula com 23%, diante de 19% do segundo colocado. Há uma diferença essencial entre as duas pesquisas. Para chegar ao percentual de 39% para o presidente Lula, o Intituto Vox Populi realizou duas mil entrevistas, em 121 municípios de todo o país. O percentual de 23% foi obtido pelo Ibope a partir de 1008 entrevistas, realizadas somente no estado de São Paulo. 

Manipulação - O suposto objetivo é apresentar os números como se eles se referissem a um mesmo espaço geográfico, o que não é verdade. A provável manipulação, no entanto, pode não ser tão eficaz. Se o presidente Lula tem 23% das intenções de voto somente no estado de São Paulo, é evidente que o percentual seria bem maior se o levantamento estatístico tivesse abrangência nacional. A tentativa midiática, de manipular o eleitorado contra o presidente Lula, não tem nenhuma garantia de funcionar e, ao contrário disso, pode reforçar sua evidente maioria no eleitorado brasileiro.  
      

A disseminação do caos e o contraponto democrático

Omissão - Os petroleiros marcaram uma greve para esta quarta feira. A decisão da Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem o objetivo principal de defender a soberania nacional e o estabelecimento de uma nova política de preços para os combustíveis. Os operários petroleiros, em sua imensa maioria, são defensores ou participantes ativos do movimento Lula Livre. Muito provavelmente por causa dessa opção política, e também em razão da defesa intransigente da soberania nacional, as informações da paralisação dos petroleiros estão sendo totalmente ignoradas pelos grandes veículos de comunicação. A mídia tradicional, assim, se revela partidária do golpe e dos interesses de investidores e acionistas da Petrobrás.

Golpismo - O comportamento midiático não pode ser considerado como surpresa. Desde o início do processo que resultou na destituição da presidenta Dilma Roussef, a mídia tradicional se alinhou com os interesses do golpismo. Nos episódios que resultaram na prisão do presidente Lula, há um esforço midiático para reforçar os argumentos de ódio e uma visível contribuição com a seletividade antipetista. Os grandes veículos de comunicação sempre estiveram a serviço do capital. Ao disseminar (e amplificar) o caos, a mídia tradicional pretende reforçar os argumentos dos que defendem a intervenção militar. Ao esconder mobilizações legítimas dos trabalhadores (como as dos petroleiros de todo o país) parte da imprensa tem a intenção de reforçar, na opinião pública, a ideia de que a população é refém da paralisação dos caminhoneiros.

Contraponto - Não há como esperar qualquer mudança de comportamento da mídia tradicional. A única saída para divulgar mobilizações legítimas dos trabalhadores e para explicitar uma situação alternativa ao caos generalizado é o reforço da mídia independente. É urgente a consolidação de uma rede de comunicações que divulgue as manifestações dos petroleiros e de outras categorias profissionais que se opõem ao golpe. Essa contraposição pode disputar a opinião pública, e estabelecer um espaço de debate plural e democrático, capaz de conduzir a um exame mais racional e humanitário sobre a conjuntura atual e, ao mesmo tempo, capaz de desfazer o discurso autoritário, que dissemina o caos.  

segunda-feira, 28 de maio de 2018

A paralisação dos caminhoneiros e o recrudescimento do golpe

Generalização - Um dos sinais do descrédito com a política é o alto número de votos nulos e brancos e de abstenções, em todas as eleições. Outro sinal importante é a falta de partidos políticos com credibilidade, diante da população. A única exceção é o PT, com 20% de simpatia, segundo pesquisa recente. Outros partidos políticos, em segundo lugar, ficam próximos de 5%. Há partidos políticos que não chegam a ultrapassar 1% da simpatia popular. A soma dos votos nulos e brancos e das abstenções ultrapassa 36%.

Descrédito - A paralisação do sistema de transporte de cargas, uma combinação da mobilização legítima de caminhoneiros autônomos com os interesses corporativos de empresas do setor, é uma demonstração de onde esse descrédito generalizado pode conduzir. A falta de legitimidade do governo sem voto só piora a situação. Acordos negociados não são cumpridos e bloqueios nas estradas continuam acontecendo. A circulação de combustíveis é assegurada pela escolta de veículos do exército. A população, em geral, apoia a paralisação. Não são poucos os locais em que são coletados (e distribuídos) alimentos em apoio aos caminhoneiros.

Gravidade - O impasse é revelador de que a ausência de legitimidade dos governos pode ser responsável por uma situação imprevisível. Quem paga o pato é o povo. Há uma tendência do governo federal de conceder isenções de tributos para caminhoneiros autônomos e para empresas de transporte de cargas, e isso deve implicar no aumento da carga tributária para o conjunto da população. A medida é impopular, mas o presidente ilegítimo não se importa com isso. Não precisou de nenhum voto pra chegar ao cargo que ocupa, nem é candidato a qualquer cargo na eleição de outubro próximo.

Golpismo - O desabastecimento generalizado pode favorecer o recrudescimento do golpismo. O presidente ilegítimo já anunciou a convocação das Forças Armadas para atacar os bloqueios. Em estados como São Paulo, as polícias militares estão de prontidão para atuar na repressão aos caminhoneiros. A legitimidade que falta ao espaço democrático pode servir como um argumento a mais para os defensores da intervenção militar. 

Companheirismo e igualdade

Solidariedade - Pela segunda vez, nos últimos dias, tive a felicidade de participar de encontros de velhos amigos, que se reuniram com a finalidade de ajudar companheiros de muito valor, na luta e na história dos trabalhadores. O Eudes Araújo e o Mauro Queiroz, momentaneamente fora de combate, contam com a solidariedade de pessoas que conviveram com eles e de muitas outras, que não tiveram a felicidade de conhecê-los pessoalmente. A tradição da solidariedade, uma característica importante de mulheres e homens que defendem uma sociedade mais justa e mais igualitária, deve se espalhar pela cidade e pelo país, cobrindo a luta de todos os dias de companheirismo e de fraternidade.

Vandalismo - O ódio, disseminado pela mídia tradicional, é totalmente contrário ao espírito de solidariedade, que vive nos corações e mentes de mulheres e homens que defendem o ideário socialista. Os grandes veículos de comunicação se tornam cúmplices de ações odiosas quando reproduzem informações sobre elas sem condená-las explicitamente. A vandalização de um painel, dedicado a Marielle Franco, é um componente triste desse panorama. A restauração da arte, providência urgente das pessoas que participam das mesmas lutas que a vereadora carioca, deve contagiar o conjunto da sociedade para que todo tipo de sentimento odioso seja extirpado do convívio entre os seres humanos.

Candidatura - O final de semana foi marcado por manifestações, em todo o país, de lançamento da pré-candidatura do presidente Lula nas eleições de outubro próximo. O lançamento oficial acontece no próximo dia 9 de junho, em Belo Horizonte, quando ocorre a convenção nacional do PT. O presidente Lula representa a esperança de milhões de pessoas, que enxergam, na sua candidatura, a possibilidade de contraposição da supressão de direitos sociais, um dos objetivos mais claros do golpismo. A vitória eleitoral do presidente Lula, líder em todas as pesquisas de opinião pública, pode significar a revogação de todas as medidas adotadas pelo governo sem voto.  

sábado, 26 de maio de 2018

A restauração da democracia

Desabastecimento - A disseminação do caos, especialmente nas grandes cidades, é um dos aspectos preocupantes da paralisação nacional do transporte de cargas. O locaute acontece por uma combinação entre motoristas autônomos e empresas transportadoras, com o apoio explícito de usuários do transporte rodoviário de cargas. Na origem da disseminação das notícias falsas estão os interessados (e beneficiários) da situação caótica e incontrolável. A falta de mercadorias nos pontos de venda é evidenciada pela corrida desenfreada de consumidores à procura de produtos, e isso pode aumentar o apoio da opinião pública ao movimento.

Golpe - Os grandes veículos de comunicação, ao se limitarem à exposição de imagens de supermercados e postos de combustíveis lotados, alimentam a mentira, e incentivam a ação insana de parte da população. O objetivo midiático é evidenciar o caos para favorecer o aprofundamento do golpe. O problema que originou o movimento é real, do mesmo modo que as altas das tarifas do transporte público em 2013, mas as consequências da paralisação podem ser muito trágicas para o conjunto da população.

Perigo - A total falta de legitimidade do governo sem voto fica mais evidente com a disseminação do caos. Não está descartada a possibilidade de que o presidente ilegítimo seja destituído do cargo, o que favorece o discurso de defensores explícitos do autoritarismo. Um acordo, assinado entre integrantes do governo sem voto e entidades que se dizem representativas dos caminhoneiros, pode não ser cumprido. A divulgação midiática (da gravidade da situação), pretende evidenciar o visível fracasso do golpe parlamentar, criando condições para a viabilização de uma intervenção militar.

Democracia - As medidas, implantadas pelo governo sem voto, não contam com o apoio da maioria da população brasileira. O golpismo pretende implantá-las assim mesmo, ainda que, para isso, tenha que recorrer a meios violentos. A restauração da democracia, com a imediata libertação do presidente Lula (com sua consequente participação nas eleições de outubro), é o caminho para a revogação de medidas supressivas de direitos e de favorecimento dos interesses do capital internacional. 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Os caminhoneiros e a luta ideológica

Imagens - Informações sobre o desmonte de políticas públicas de inclusão social, sobre a implantação de medidas que visam atrair investidores internacionais e anúncios de cortes de gastos públicos para beneficiar banqueiros estão acompanhadas de imagens do presidente ilegítimo, mesmo na mídia alternativa, embora não tenham sido poucas as manifestações populares contra o golpismo.

Dificuldade - O sistema de comunicação democrático e popular, formado por sites e blogs que destacam informações corretas, que funcionam como contraponto à disseminação da mentira promovida pela mídia tradicional, acabou por evidenciar a imagem do presidente ilegítimo, quando seria mais razoável a exposição de fotos de mobilizações contrárias ao governo sem voto.

Caminhoneiros - Uma das prováveis consequências da paralisação nacional dos caminhoneiros é a falta de mercadorias. A dependência generalizada de combustíveis, que são transportados por caminhões e carretas, também pode causar paralisações no transporte coletivo de pessoas. O caos generalizado deve ser amplificado por causa da falta de legitimidade do governo sem voto, e a conjuntura política pode ser dominada por um grupo que envolve trabalhadores e empresários do setor de transporte de cargas e empresas do agronegócio.

Corporativo - A greve dos caminhoneiros pode provocar paralisações em toda a sociedade. Nesta sexta feira muitos empregados terão dificuldades para chegar aos seus locais de trabalho, mas não estão previstas assembleias de trabalhadores para debater a pertinência de uma greve geral contra o governo. Caminhoneiros e empresas de transporte de cargas querem a redução (ou eliminação) de tributos. Empresas que se utilizam dos serviços de transporte de cargas exigem uma redução no valor dos fretes. É muito provável que as demandas e reivindicações dos trabalhadores e das classes populares sejam ignoradas pelo governo sem voto e repudiadas pelos líderes da paralisação.

Ideologia - Os caminhoneiros em greve (e seus apoiadores) estão comprometidos com um conteúdo ideológico que privilegia a acumulação individual de dinheiro e patrimônio. Participaram ativamente das manifestações que resultaram no golpe de 2016. Muitos deles são apoiadores declarados de candidaturas identificadas com ideias autoritárias. São disseminadores confessos de notícias falsas pela internet. Não é improvável que as balas que mataram Marielle e Anderson, e as que atingiram a caravana do presidente Lula, tenham sido disparadas de armas que eles carregam nos seus porta-luvas. 

Suicídio - Há, na esquerda, um pensamento que desconsidera o conteúdo ideológico das mobilizações e, por causa disso, pode julgar que os motoristas de caminhão possam se transformar em aliados contra o golpismo ou contra o capitalismo. A avaliação voluntariosa não procede. Pode ser perigosa uma aliança com os caminhoneiros, ainda que momentânea e conjuntural. A esquerda corre o risco de, no meio da batalha contra o capitalismo, levar um tiro na nuca e, com isso, pode estar decretando a própria morte.           

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Seletividade antipetista

Autoritarismo - A seletividade antipetista é uma obviedade evidente. Não são poucas as denúncias e suspeitas de corrupção contra golpistas, sempre tratadas com parcimônia pela mídia tradicional, e que, muito raramente, resultam em condenações e prisões. O autoritarismo em vigor pratica uma regra segundo a qual integrantes do PT são culpados sem a necessidade de provas, enquanto que os golpistas são tratados, sempre, como inocentes.

Tesoureiros - O tratamento desigual e tendencioso se inicia com a ausência de informações, na mídia tradicional, sobre os ocupantes dos cargos de tesoureiro em outros partidos políticos. A opinião pública não sabe o nome dos responsáveis pelas finanças de MDB, PSDB ou DEM. São fartas as notícias sobre os tesoureiros do PT, sempre acompanhadas de notícias negativas (nem sempre comprovadas) e de exigências de punições exemplares.

Operadores - A visão seletiva também é recorrente quando os grandes veículos de comunicação se referem a operadores financeiros. Relações suspeitas de integrantes do golpismo com empresas privadas só são reveladas quando acontecem declarações bombásticas de operadores financeiros abandonados por seus aliados, como aconteceu recentemente com um dos arrecadadores de recursos financeiros do PSDB.

Impunidade - A tendência midiática em favorecer o golpismo é tão flagrante que a apresentação de denúncias de corrupção contra integrantes do MDB, do PSDB ou do DEM tem se tornado uma inutilidade. O resultado das denúncias, na maioria das vezes, é o esquecimento. A mídia tradicional se especializou, por outro lado, na apresentação de notícias requentadas, sempre contra petistas, quando existem denúncias e suspeitas contra golpistas.                 

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...